Os papéis
femininos e masculinos, assim como os espaços a que cada um deles
pertenciam, sempre foram demarcados socialmente. As primeiras
relações de troca mercantil conferiram ao trabalho características
de força e agressividade. Estes atributos, junto com a virilidade,
sempre estiveram associados à figura masculina. Antagonicamente, à
figura feminina foi reservado o caráter de docilidade e de
fragilidade.
O advento do
Capitalismo e a necessidade de mão de obra pareciam oferecer à
mulher a possibilidade de transitar nos espaços masculinos, no
entanto foram necessárias muitas lutas até que a mulher conseguisse
finalmente demarcar seu espaço no mundo masculino do trabalho. A
ideia de que o mercado de trabalho é um lugar competitivo, onde
somente os mais agressivos sobrevivem, predomina até hoje. Contudo a
mulher encontrou uma maneira de expressar sua força aprimorando seus
conhecimentos, por meio dos estudos.
Em uma sociedade
onde a capacidade de ganhar dinheiro e gerir uma família é sinônimo
de inteligência, talento, iniciativa, entre outros atributos, tudo o
que foge desta lógica é pouco valorizado. Não se atribui valor
monetário ou reconhecimento social para mulheres que se voltam
apenas aos cuidados da família. Mesmo para aquelas que enfrentam o
mercado de trabalho, a lógica maternal as faz apropriar-se de tudo
que seja referente a cuidados.
Nem todas as
mulheres podem contar com a ajuda de uma parceria para as inúmeras
tarefas domésticas ou dos cuidados dos filhos, dessa maneira é
bastante comum vermos mulheres que, mesmo trabalhando fora de casa e
às vezes ganhando tanto quanto sua parceria, tomam para si a
administração da casa, o cuidado dos filhos, dos parentes e da
organização das atividades sociais da família. Dentre as
incontáveis atribuições e solicitações diárias, sexo pode
passar a ser mais uma das obrigações, como um dever, seguindo
tradicionalmente o regimento das obrigações maritais. Diante
de tanta demanda e poucas possibilidades, muitas mulheres acabam
tendo suas forças e autoestima minadas. Passam a desenvolver modelos
de comunicação indiretas que se manifestam através de explosões
de raiva, choro fácil e
depressão.