sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sexualidade Feminina: uma breve história

Centenas de estatuetas de mulheres estão entre os achados arqueológicos datados do Período Paleolítico Superior e final da Era Glacial. A teoria mais conhecida é a de que havia uma “Grande Deusa”, que expressava o poder original do Universo e da natureza, sendo responsável pela vida e pela morte. O sexo era sagrado e não podia ser dissociado da cultura e da religião. Ainda não havia a associação entre sexo e procriação e a concepção era completa e unicamente vinculada à mulher. Este período instituído pelo matriarcado foi extinto quando a humanidade passou de uma sociedade de caça para uma sociedade agrícola e pastoril, desenvolvendo a noção de propriedade. A Grande Deusa deixa de ser cultuada e os mitos giram em torno de deuses masculinos. A civilização se torna monoteísta e os ritos judaico-cristãos consolidam o total poder masculino: o patriarcado. A mulher, que antes era figura central de organização, passa a ser propriedade do homem.

 
O sexo deixa de ser uma expressão sagrada para se tornar algo que deve ser vigiado, punido. A mulher, sob a ótica do cristianismo, é marcada pelo pecado original e toda e qualquer expressão feminina, que não seja de recato, deve ser suprimida. O ideal de mulher está na imagem de pureza e castidade difundida, tendo como ícone a figura da Mãe de Jesus, que deu à luz seu filho, sendo ela virgem.

Atualmente vivemos à sombra de uma revolução feminina, da invenção do anticoncepcional e da liberdade sexual. Porém, o que poderia hoje ser interpretado quase que como uma obsessão pelo sexo e seus prazeres, facilmente se traduz, também, em um grande abismo entre o sexo ideal e o real. A nova ordem prega a ideia de que todas podem e devem ter gozo fácil e sexo prazeroso, ou seja, aquela que foge à regra atual é tida como anormal.

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